EDUCAÇÃO INFANTIL: ASPECTOS HISTÓRICOS, SOCIAIS E POLÍTICOS

Abstract

Esse estudo trata da perspectiva histórica da educação infantil, evidenciando como ocorreu o surgimento da creche, bem como sua destinação. Ressaltamos como objetivo dessa pesquisa identificar os condicionantes sociais e políticos que nortearam implementação e expansão das creches no Brasil, atentando para os três fatores que sustentaram essa ação: a perspectiva médico-higienista, a jurídico-policial e a religiosa. As descobertas no campo epidemiológico associadas à preocupação com infância moralmente abandonada foram basilares na institucionalização das crianças. Adotamos como metodologia para desenvolver essa investigação a pesquisa bibliográfica, pautamo-nos na discussão de renomados teóricos que discutem a temática apresentada. As políticas públicas propostas para a educação infantil materializam-se partir dos anos de 1970 se intensificam na década seguinte, imprimindo a ampliação no atendimento das crianças entre 0 e 5 anos de idade. De acordo com Kramer (2006), o processo de intensificação da urbanização e industrialização, associado à expansão do mercado de trabalho, principalmente no que se refere à mão de obra feminina impulsionou a classe média a exigir o atendimento para seus filhos em creches e pré-escolas. Nesse sentido, Kuhlmann Júnior (2005) apregoa que creche e a pré-escola como instituições educacionais trazem como diferenciação a sua destinação social; isto é, a creche, diferentemente da pré-escola, é uma instituição que foi criada inicialmente para receber e cuidar das crianças carentes. Para Oliveira (2007) as creches que direcionavam inicialmente seu atendimento apenas às crianças oriundas das classes populares, foram aos poucos sendo ocupadas por crianças dos médios população, os quais começaram a exigir um atendimento voltado para o desenvolvimento de suas potencialidades afetivas e cognitivas. Podemos inferir que mesmo com avanços significativos, ainda há muito que melhorar, pois ainda persiste nos dias atuais atendimento às crianças de baixa renda ocorrendo nos moldes do assistencialismo, pautados somente na guarda, higiene e alimentação.